quinta-feira, 29 de maio de 2008

Eu acho que ficamos todos loucos


Eu acho que ficamos todos loucos, inclusive eu de achar que algo de fantástico iria acontecer. Existem certos vazios que provavelmente nunca vão passar do desconhecimento das mínimas coisas, dessa amarga angústia de nada ter ou participar. Já dizia a música do poeta Bob Dylan, “how does it fell? to be on your own, with no direction home, a complete unknown, just like a rolling stone…” As vezes me rio de meus malogros, minhas vicissitudes, meus tropeços e nenhum acerto. E nem mesmo que eu tente fazer tudo o que se considere socialmente eu não dou certo em nenhuma das minhas tentativas, talvez seja porque eu nem devesse tentar. Escrever então, quanto a isso nem se fala, sobre angústia, depressão, falta de sorte, tudo isso aí outros já falaram e de maneira brilhante, de Álvares Azevedo a Ferdinand Celine, tudo já foi extensamente dito e explicado, entretanto a vontade insana de vomitar estas incertezas corrói o meu estômago.

Como eu disse em outro local, neste mundo instituído de regras até mesmo o ato puro de escrever fica vedado a este parâmetro de aceitação e compreensão, nossos juizes letrados nos acusam pela falta de clareza, ora, ora, este aí nem mesmo sabe aplicar as boas regras do português, que lastima! E ainda quer ser escritor, pobre ser, devia mesmo era ser S.G.

Mas em meio a esta sujeira toda descobri que neste mundinho de pseudo letrados e acadêmicos não se sente emoção, é somente, pôr pontos, acentos e regras de concordância. A idéia pura de emoção ao ler algo não existe, acho que por isso que veneram tanto Kant, quer leitura mais chata??? Ou Heidegger, porque ninguém entende mesmo o que ele escreve, ai fica mais fácil de citá-los nas conversas e naqueles discursos patéticos de congressos vazios que só vão para beber e aproveitar mais uma situação jocosa para afirmar os seus pseudo conhecimentos.

Vejamos o caso de Bob Dylan para uma análise de nossa época, é hoje um dos grandes poetas americanos, mas precisou ele cantar e tocar aquele violão sem graça para ser ouvido, pois imagina se as pessoas querem perder seu tempo lendo poesias ou algo do gênero, afinal de contas existe MSN ou TV a cabo. E você ai indignado com as minhas afirmações deve estar se perguntando, - A partir de que dados vem alguém para afirmar que eu não possuo conhecimento ou entendimento das coisas, ainda mais alguém que não representa nada na sociedade, uma assalariada? Uma estudante de coisa alguma? É porque andei pesquisando e meu amigo google afirmou que ela estuda algo que não tem sentido algum, o próprio sem sentido do mundo, um tal de niilismo, e ainda se acha arrogante o suficiente para me questionar, deveria mais era ser S.G.

Vejam bem meus caros é uma desgraça profunda esta necessidade de escrever, porque de nada ela serve, a não ser a de aplacar estas loucas vozes interiores que insistem em se fazer ouvidas, e olha é um blah, blah, blah interior pior que os das madames que enchem os salões de beleza para trocarem as perucas louras. Eu nem mesmo às vezes consigo ouvir as coisas aqui fora com este barulho nauseante interior, e no final das contas, isolada do mundo por estas vozes, encontro consolo nas palavras, um tanto amargas, mas sem pretensão de serem ouvidas. E de uma coisa eu não tenho dúvida, todas as minhas vozes são frutos de um certo descontrole emocional, de não encontrar lugar no mundo, ao menos é a minha desculpa para tudo isso que estou escrevendo, até porque uma delas me diz: Que diferença faz para você encontrar lugar no mundo? Você já viu que isto tudo que você está buscando não tem sentido algum, sua niilista de merda. E ai rio de tudo e continuo na pasmaceira de antes, desta verborragia infinita no black and white.