segunda-feira, 20 de julho de 2009

Acabou


Acabou, A única coisa que podemos dizer do futuro é que ele virá, Não temos fissuras no tempo para se esconder, nem mesmo este instante. Acabou, a voz do demônio não chegou a tempo das circunstâncias, Não possuímos o domínio das veleidades femininas, não como queriam os deuses, Não como supõem os astros, não como desejavam os homens. A duplicidade dos afetos são corrupções burlescas, O fruto proibido das paixões se tornou resíduo amargo das convenções. O repouso dos mortos é estarem mortos, para os vivos resta a angústia, O desconsolo, um universo inteiro aberto à lamentação. Acabou, até as pedras choram a sua falta, Até as musas dançam sobre seu cadáver, sua rigidez... Deixe que o mundo adormeça o onírico, o poético de ti. Para o teu caixão levarei dúzias de rosas dançantes, Plúmbeas esvoaçantes, de raízes venenosas, corrosivas, Esforços melindrosos de elfas shakespeareanas. Acabou, eu sinto que te tramei no interior da minha mente. Forjei segredos abstratos de mundos imaginários, Busquei em ti filosofias infundadas, parti o mundo em dois, E planejei a minha fuga na alvorada. Sadie Frost oder W.O.