domingo, 18 de setembro de 2011

Nostalgia do absoluto


Procurando a janela entre as árvores, de volta as estrelas pairam mudas às esquinas,

No canto do olho brilha cristalina uma vontade aflitiva de engolir tua rima.

Ao longe desabrochas prosa poética, doce partilha.

Eu sempre quis saber onde dormem as gaivotas ao entardecer...

A mente grita,

Sinfonia cósmica toca continuamente,

Nas esferas mais sujas em minha mente,

Efeitos colaterais intensos hipnotizantes,

Quântica corda retumbante invade vento cortante das marés nauseantes em mim,

Poéticas quadrilhas de poetas me embalam no devaneio,

Repousa tumba fria jorrando nada.

Trakl há um restolhal, há uma chuva negra, há dúzias de trombetas

A tocar efusivamente, a dançar longamente, e toca os sinos, e tomba Sísifo,

Numa embriaguez cambaleante e o meu céu escurece em nostalgia.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

As Nuvens


Nossas cabeças, esse repertório de loucuras divergindo,

Tais medusas serpenteando as esferas da insensatez,

Nossas incertezas- oráculo lúgubre.

Sobre as nuvens sopro o amor

Que na distância bate a tua porta e invade a tua ausência

E extremece lânguida, valente, sedenta.

Decaindo na tormenta,

Sem desmoronar captei a pequena marca da loucura,

Oculta na franja da alvorada,

Na beira do pensamento das minhas 78 rotações.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O jardim do Inferno


“Ana prendeu o instante entre os dedos antes que ele nunca mais fosse seu.” C.L.

Minha íntima desordem sucumbiu Clarice...

Finalmente funcional normal.

Esse passionalismo sem razão engolido pelas feras, pêndulo que rola.

Lânguida, rezo na luz pálida da noite cambaleante do desamor

Fingimento aflora; da escrita me desabrocha, mas o sol em mim transborda...

O jardim dele é tão bonito que me faz temer o inferno,

Ao longe/serva/dele/erva/nele/seiva/adensa/a fera.

A primazia da luz enrubesce; cega a solidão, que iludida, irrompe sentir gozo e lascívia,

Nessa jaula de gorilas- meu circo de veleidades...

Pretenso tempo enjaula sintonia/Colossal semblante em devaneio,

Puxa novelo de lã/gato ronrona/toca os pés da estátua e a luz se apaga.

Minha íntima melancolia vagueia sombra do meu amor Clarice...

Descompasso senil serra olhos, sussurra dor,

Cada passo cadafalso, no encalço desabafo,

Explodo em palavras, sem sentido, estilhaço a tormenta do meu céu de ilusões.

Cada estrela um sonho louco, teia densa salienta

A loucura desse inferno em conjunção,

Prolonga/teia/vazia/ceia/ oculta/seda/lascívia/cheia/desejo/anseia.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Oásis


Rugem rugem rugem

E como luzes passeiam

Em meu carrossel de ardil

E induzem,

A colar tua boca nas minhas nuvens.

Rugem as vidraças

E a tormenta passa,

Invade e faz graça,

Na minha faceira sedução que te enlaça

Rugem rugem rugem

As centelhas do devaneio,

De você sem teu espelho,

Corpo denso que explode;

Minha fruição.

Vento sopra sinfonia,

Dúbia cor de alegria,

Meu tempo tolo, versado em vão,

Vespeiro surdo colide na solidão,

Do frágil escárnio, da tormenta que a-tormenta,

Da tua pele que ausenta

A minha medida e me sangrenta,

Embalo, estouro o tempo

E paro em ti, deliquescida,

Sedenta; Ante o oásis...

Vem, vem, goteja!