quinta-feira, 7 de abril de 2011

Entre, e, por favor, Desfrute!


E se eu quisesse quebrar, rindo e amando sua face?
E se eu quisesse lutar, mesmo perdendo sempre?
Fugindo das coisas que costumo pensar, des-criando o usual...
O que não é o “seu” sempre se apresenta ao meu disfuncional “eu”?
Olhe nos meus olhos, isso está me matando, se é desejo corta...
E se corta, é dor? Não sei, parece sempre mudar,
Ápice de alegria, atingindo picos de intensidade, mas na ausência causa melancolia
Gosto silencioso da “saudade”? Sua presença envenena, desordena!
E se eu quisesse roubar sua muda face vertendo na carne?
E aí a gente começa a conversar, meio que, sem sentido, nas margens... e aí?
E aí pulsa?
Partindo da sua esquizoideologia você não irá pensar,
Seus cortes funcionais despotencializam meus anseios fundamentais,
Entre as coisas esse nada silencioso pretensamente não explica, complica,
A falta do falar expõe vontade do fazer...
E se eu quebrar o decoro e te encostar ao silêncio do gozo? O que você faria?
Vagaria como esquizo? Penetraria as tuas matilhas e multiplicaria nas minhas? Hesitaria?
O que você faria? Se profundamente você caiu na armadilha do caos,
Enquanto não pensa o pensar, mata de sede sem cessar.
E se eu quisesse lutar provocaria?
Olhe nos meus olhos: estilhaça-me ou amordaça-me!

terça-feira, 5 de abril de 2011

A Margem


Margeando um buraco indescritível,

Marginalizando sentimento indestrutível,

Na margem das ideias inaparentes, sujas, errantes,

Vago tal qual esquizo, ultrapasso; instantes.

Guimarães Rosa pergunta: para onde nos atrai o azul?

Para essa clausura de pensá-la,

De ser antes de ter...

Experimente seu inferno-reverso,

Experiencie sua solidão- desrazão,

Seus reflexos de milhões de estrelas

Que sonham demasiado...

Ligando radar para o pensamento colar

As mentes excessivamente férteis aos paraísos artificiais.

Abrindo o céu, sussurrando mar,

Ela deleita o sol nesse olhar de querer transbordar

Luz onipresente- a droga mais potente!

As repetições são artifícios tolos, os simulacros não tatuam um corpo,

Sem imagens você é ainda melhor, para o melhor tempo- o intempestivo!

Estilhaçando as meias verdades pálidas e nuas, ancorando benfazejo sentir

Nessa praia em noite de fúria, não desejo calar pretensa loucura,

Cala você as tormentas d´alma escura.

Lorca, o vento nas vidraças o amor estilhaça,

O bem de tanto não querer saber, os astros lá fora vão buscar,

Para a luz penetrar e margear as arestas,

E como tal, multiplicar as linhas; desorientar, e,

Se deveras a madrugada vêm, a luz desperta aquém do desejo de pertencer a alguém,

Mas pertencer não é deter, é ruminar pretenso olhar, instante límpido,

Das horas cruas, da espera, da agonia, das orações e cânticos

Da fruição que mata a dor no fim das contas, a única cura!