Sempre quis abraçar o sol... Mas não consigo confrontá-lo,
Perscruto-o todos os dias, passada a idealização, a sua luz é ainda melhor,
E ele é sempre tão distante, irradia todas as cores, mas também cega...
Sinto inveja da proximidade de mercúrio, mas, como lua meu caminho é oposto,
Mas se tudo que irradia dessa luz enaltece o que há em mim, essa é a medida!
Sempre quis conhecer o sol... Mas não consigo sair da concha,
Seu movimento é grandioso, minha imagem inconstante,
Paradoxos em transição de forças que ao se confrontar se expandem,
Em todas as minhas noites ignoradas em que espero pelo passar de seus dias preguiçosos,
E não quero sua luz, gosto da minha escuridão, um psiquismo descencional, contraponto!
No fim do dia, um cinema sem cortes aparece para condensar a imensidão,
Uma produção de ilusões de uma idealista indestrutível operando a subversão,
O irônico é a pureza, a inocência e o indefinido do devir, jorrando as multiplicidades,
Do que se estende no caminho até a luz infinitesimal,
Nisto que é pura colisão, eu continuo com as velas queimando, descendo,
Buscando um alinhamento, eclipsando todas as emoções.
Williane Oliveira