Cada alegria carrega a sua parcela de tristeza,
Expiando sempre a tormenta; visão de caleidoscópio...
Sempre tão intransponível essa distância, não é assim?
Corrói as estruturas, silenciosa vontade presa em rígido coração;
Vênus te endeusa em mim, sol que inunda as arestas
Confunde sem pressa... Veneno d`alma;
Em qualquer tempo, contratempos,
A qualquer hora invade a aurora, necessidade fatal!
Entre livros, bares, acasos... É o elemento surpresa
Transparecendo mentiras racionais, ensaiando claro, a insanidade
Segue o fingimento mordaz de mutilar todos os sentimentos
Neste constante martelar de centelhas, tenho forças para entender,
A caverna que engendra mentiras de fingir-se impenetrável, sem ser.
Mas o interior grita, goteja em cada fresta semblante claro; ponto de desrazão.
Pequenos segredos como parte desse incidente realista, fragilizam a sanidade,
Em desacordo com esse “eu” tão desconexo, crio, destruo e recrio sem piedade
Torrente de pulsões a me devorar; verdejante olhar,
Põe de ponta a cabeça a rocha, assalta o céu na noite escura da solidão,
Psiquismo descencional, contraponto- redenção.
Mecanismo vital de sensações? Sadismo imaginário?
O meu sentir é refratário? Espelho de ilusões estilhaçadas?
Sem teorias, abstrações ou fusões, apenas conexões de horizontes em distração,
Nas linhas telegrafáveis abertura ao paroxismo, para captar o instante de ter um reflexo imaginário,
Sem gracejos literários ou manifestos romanceados, contra a ordem da razão,
Envenena a lua eclipsando o inferno d`alma, rasgando universo em expansão.