Todas as palavras já foram ditas acerca do poeta e seu ofício, criadores de ilusões, fanfarrões dos sonhos e artífices dos desejos, sua relação com o mundo está sempre na difícil tensão entre viver e sonhar, sonha para viver e vive para sonhar. Em todo caso, gostaria de ser outro que não ele mesmo, mas não lhe é dado esta escolha, pois ser poeta é a sua destinação fatal, não encontra sossego em outro ofício que não este, não tem talento nem mesmo para pensar outra coisa. Porém, ser poeta não exige talento, pode-se ser considerado um péssimo poeta, mas mesmo assim poeta. Entretanto, esse jogo de espelhos não satisfaz o ímpeto do poeta, talvez porque sua característica mais marcante como poeta seja a de ser insaciável, a sua avidez pelo mundo o consome de tal modo a causar insanidade mental.
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Há 15 anos
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