Quero um lar mais profundo, sitiada no remanso,
Longe das tormentas, livre dos abusos,
Dos montes a flor mais bela tocando as estrelas em aquarela.
Anjos dóceis a respirar,
Uma solidão mais tenra, feito água morna, silêncio d´aurora.
Bolo e primavera, tardes de sol a reluzir um lar nela que ama sorrir.
Quero o catre profundo
Entre a relva e o luar
Onde eu possa viver mudo
E o canto do repouso respirar
Anjos dóceis com pingente
Eu procuro e insisto
A curar meus olhos secos
A arrancar-me velho cisto
Quero o hálito mais sincero,
Sem anel, sem espinho, arranca, arranca o martelo
Traz paz a luz do dia.
Inunda o ocidente, resvala à melodia,
Ritmando no íntimo essa luz, que por agora, é tão distante.
E eu vejo entre espelhos
Este mundo cintilante
No dobrar dos meus joelhos
Ante a estátua majestosa do Sorriso
Eterno, etéreo, estridente em glória
Vejo o pasto manso do sossego
Desejá-lo (já) é vitória.
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