domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Convivência do Íntimo



Quero um lar mais profundo, sitiada no remanso,

Longe das tormentas, livre dos abusos,

Dos montes a flor mais bela tocando as estrelas em aquarela.

Anjos dóceis a respirar,

Uma solidão mais tenra, feito água morna, silêncio d´aurora.

Bolo e primavera, tardes de sol a reluzir um lar nela que ama sorrir.

Quero o catre profundo

Entre a relva e o luar

Onde eu possa viver mudo

E o canto do repouso respirar

Anjos dóceis com pingente

Eu procuro e insisto

A curar meus olhos secos

A arrancar-me velho cisto

Quero o hálito mais sincero,

Sem anel, sem espinho, arranca, arranca o martelo

Traz paz a luz do dia.

Inunda o ocidente, resvala à melodia,

Ritmando no íntimo essa luz, que por agora, é tão distante.

E eu vejo entre espelhos

Este mundo cintilante

No dobrar dos meus joelhos

Ante a estátua majestosa do Sorriso

Eterno, etéreo, estridente em glória

Vejo o pasto manso do sossego

Desejá-lo (já) é vitória.


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