Eu atrevo-me a recordar, os nossos dias de um tempo brilhante.
Das janelas e frestas abertas, das espumas dançantes,
Um sopro, uma luz, respirações ondulantes,
Um mundo inteiro aberto, uma ode aos corações selvagens.
Eu atrevo-me a recordar, as estrelas, o fundo dos oceanos,
O irônico da minha tristeza, das dores infindas, das sombras da humanidade.
E guardei em mim todas as dores, o trágico em si,
Dos momentos inoportunos, das respostas sobressaltadas.
Mas eu atrevo-me a recordar, do que há de bom em mim.
Para além da masmorra rompeu-se o espelho dos sonos angustiantes, do imaginário constante.
Em algum lugar fora do mundo, em algum labirinto estático, nauseante.
E o universo inteiro gritou, e eu atrevo-me a recordar,
Um novo mundo, para além da humanidade.
Williane Oliveira
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