terça-feira, 12 de agosto de 2008

A Revelação de Lilith





Seus jogos sinuosos tentam revelar o que sinto, mas eu tenho meu próprio caminho,
Faço sombras onde só há deserto, recuso a historiografia dos seres,
Das formas concretas, sou alheia a quase tudo que perverte o instinto.
Me deixastes sem lar, sem voz, amparada no receio do esquecimento,
Respirando o vento cortante das marés nauseantes e angustiantes em mim.
Sobre a água guardei meus mistérios e velei a entrada do meu ser,
E retorno sempre à construção infindável de meu livro aberto.
Exalo o cheiro do jardim efêmero, irradio os segredos de psique,
Manipulo os sonhos indizíveis em meio as suas flores mortas,
Subjugo o seu coração triste e resvalo o demônio que há em mim,
Surpreendo os seus impulsos, sou sua Anaïs Nin,
Mas não tente revelar o que sinto, eu tenho meu próprio caminho.

W.O.

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