sexta-feira, 11 de março de 2011

100 sóis sem fim


Semeando a desordem anjos suspendem cometas,

Irracional angústia cala as putas nas esquinas escuras,

Tão devassas e insensíveis; Sísifos mudas.

Radical chacina na noite plúmbea do amor

Fotografa a ek-sistência corporal; nada fundamental.

As hordas carregam as armas, balas nas calçadas,

Exercitam tiros na melancolia fria,

Atira, atira, agoniza!

Último suspiro dos dormentes nas praças sujas e desanimadas.

O inferno emudece pálido amor; põe algemas nos pulsos inchados,

Estranho som das correntes no mapa do mundo,

Asfixia os afetos possessos, bela mentira ao jogo subjetivo.

Frações de estrelas tilintam coletiva letargia,

Repousam ínfimo brilho nos muros da noite; noite fria.

Estarrecem legiões de salvação, dedos sedentos por gatilhos mofados,

Dos fugitivos cansados do roubo das horas; na distância infinda dos lobos sonhados,

Matem os olhos, risquem as retinas para apagar o sentir,

Do anjo que espreita e sussurra, revolve e alimenta 100 sóis sem fim.

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