domingo, 6 de março de 2011

Histeria feminina


Histérica, histérica,

Profundamente devassa, brutalmente recalquada,

Mas responde em bravura ao poeta, porque é raçuda e malvada:

Nesta noite em que não durmo o sossego não me cerca,

Pois verdades não compartilho, e o mundo não me adestra.

E lá fora o luar, não é esperança, é razão para pensar que o visível há,

E há também de brotar o possível do meu sonho, que não esqueço,

Tal qual erva eu apanho, potencializo e alcanço!

É crua essa saudade! Não tenho medo da verdade,

Doce senilidade...

Causa histeria coletiva,

Deixa o pensar, pensar,

Surgir tal qual acontecer,

Pelas mentiras, ao entardecer.

Não posso engendrar um novo começo,

Sem malícia ou intencionalidade, apenas imprevisibilidade.

Essa histérica carrapata,

Cai da árvore, gruda na carne, distorce ideias fomenta o embate,

Fecunda os ovos de bactérias senis, parindo vermes odiosos, hostis.

Vida crua! Vida nua!

Sede torpe, vento que bate tormenta atormenta

Da carne que transgride,

Do desejo que evade,

Entranhando um afeto que reina e arde,

Rudeza esquenta a vontade da arte!

De estender o olhar, cheirar e procurar, esse fruto de melancolia, amor e letargia.


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