Margeando um buraco indescritível,
Marginalizando sentimento indestrutível,
Na margem das ideias inaparentes, sujas, errantes,
Vago tal qual esquizo, ultrapasso; instantes.
Guimarães Rosa pergunta: para onde nos atrai o azul?
Para essa clausura de pensá-la,
De ser antes de ter...
Experimente seu inferno-reverso,
Experiencie sua solidão- desrazão,
Seus reflexos de milhões de estrelas
Que sonham demasiado...
Ligando radar para o pensamento colar
As mentes excessivamente férteis aos paraísos artificiais.
Abrindo o céu, sussurrando mar,
Ela deleita o sol nesse olhar de querer transbordar
Luz onipresente- a droga mais potente!
As repetições são artifícios tolos, os simulacros não tatuam um corpo,
Sem imagens você é ainda melhor, para o melhor tempo- o intempestivo!
Estilhaçando as meias verdades pálidas e nuas, ancorando benfazejo sentir
Nessa praia em noite de fúria, não desejo calar pretensa loucura,
Cala você as tormentas d´alma escura.
Lorca, o vento nas vidraças o amor estilhaça,
O bem de tanto não querer saber, os astros lá fora vão buscar,
Para a luz penetrar e margear as arestas,
E como tal, multiplicar as linhas; desorientar, e,
Se deveras a madrugada vêm, a luz desperta aquém do desejo de pertencer a alguém,
Mas pertencer não é deter, é ruminar pretenso olhar, instante límpido,
Das horas cruas, da espera, da agonia, das orações e cânticos
Da fruição que mata a dor no fim das contas, a única cura!
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