quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Mazelas: Feridas Abertas



Massiferação embrionária da podridão fetal

Minha carnificina pessoal é a frieza estéril do meu ser

Que seja feito o que era para ser feito não é a resposta,

Para esta que é sim a pergunta.

Na latrina deixei parte do nosso amor

Mas nunca há o esquecimento, há sempre a dor.

São apenas laços desfeitos do cordão umbilical,

Que não provam nada, nem mesmo o amor.

Deixam-se caminhos abertos, sem volta,

Para a passagem das decisões tomadas,

Para as mazelas em preto e branco avermelhadas,


Por trás de todas as comiserações dos rumos tomados

Num laço infinito do circunstancial.

Aprovarei todo desafio rumo a purificação,

Mas sem negar a desertificação envolvida

Nas noites rubras em que vivi. Nua...Seca...

Quase inerte na incerteza das convicções,

Numa dança lenta da sinfonia da morte,

Onde veias dilatando a torpicidade do meu encontro a carnificina

Iam a lances rápidos cortando a minha consciência

E depois havia somente o choro, o lamento cósmico,

Da minha agressão fatal, adormecida aos sentidos.

Tão negra e tão nua estou aqui...

Arrependorozamente viva, quase como um anoitecer,

Ainda sem brilho e sem esperança.

Roxidão de um olhar partido que parte a todo instante,

Nesta corrente lamentosa de partidas,

Na maca de um novo amanhecer,

Pois na latrina deixei parte do nosso amor,

Mas nunca há o esquecimento, há sempre a dor,

Que são apenas laços desfeitos do cordão umbilical

Que não provam nada, nem mesmo o amor, meu amor.

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