segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A coragem de Clarisse



Preciso da sua coragem Clarisse, para me enfrentar, para enfrentar o mundo,

Preciso do necessário entendimento para entender as frustrações, os fracassos,

Porque eles tendem a acontecer com mais freqüência que as vitórias.

Mas o que são vitórias? Carro do ano, casa própria, artigos de luxo...

Meus juízos de valor se dissipam com a freqüência de meus esforços em parecer ser normal.

A necessidade de consumo congelou os sentimentos, as poesias, a metafísica, as revoluções.

E eu que nem precisava de tanto, preciso agora de tanto, de tudo, de todos!

Preciso de tudo que é possível e do impossível, para ter, para acontecer, para não findar.

Preciso da sua coragem Clarisse, para que a solidão não me destrua, para que a solidão me

sirva de companhia, para que ela volte a ser minha amiga.

Preciso ser alguém, mesmo que inautenticamente no deserto pleno de emoções, mas preciso

ser ou ter, ou parecer ser e ter!

Chega das velhas fórmulas de conformismo – não era para ser para você, não era para ser,

não era sua vez, mas ainda vai acontecer.

Preciso da sua coragem Clarisse, para não sentir medo ou vergonha de tanto pensar,

Para não sentir meu isolamento como dor, para não sentir pena de mim, para sentir, sentir!

Enfim Clarisse, preciso da sua coragem, para não precisar tanto de ti, para me ancorar a mim.

W.O.

Um comentário:

Lucas disse...

Em meus sonhos suas poesias se parecem uma tormenta para além do presente, espraiam-se por entre oceanos de gelo e de fogo como a própria Terra. Viajando por entre galáxias, essas palavras plenas de sentido que brotam de teu seio são como trovões que devoram o sono de uma alma alada em perdidas estrelas. Até a revolta assim entendida, suspira na inocência da criança, que saúda um tempo vindouro na fronte. Se ele virá ou não, nem sempre importa. Mais vale uma quimera viva, do que milhões de anos de vã filosofia!