segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Solilóquio de uma musa errante


As nuvens se dissipam no horizonte,

Como musas errantes em montes gregos,

Escarnecidas pela descoberta da razão,

Envaidecidas por algum Deus estéril e sarcástico,

A divindade é uma maldição, o espanto uma doença.

Amarga são as serpentes da medusa,

Veneno fétido de considerações monumentais,

Sujo como o solo gasto dos templos de Deuses confusos,

Perdidos na estratosfera de um mundo dual.

As escuras serpentes que aí se escondem cegam a alma

Daqueles que em virtudes inférteis se escondem,

Assim sou eu, assim se faz o mundo em ruínas e escombros

De uma guerra seca entre desejos incertos e lamentos inúteis

Quem em negras nuvens se dissipam no horizonte atroz.

W.O.

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