terça-feira, 5 de abril de 2011

A Margem


Margeando um buraco indescritível,

Marginalizando sentimento indestrutível,

Na margem das ideias inaparentes, sujas, errantes,

Vago tal qual esquizo, ultrapasso; instantes.

Guimarães Rosa pergunta: para onde nos atrai o azul?

Para essa clausura de pensá-la,

De ser antes de ter...

Experimente seu inferno-reverso,

Experiencie sua solidão- desrazão,

Seus reflexos de milhões de estrelas

Que sonham demasiado...

Ligando radar para o pensamento colar

As mentes excessivamente férteis aos paraísos artificiais.

Abrindo o céu, sussurrando mar,

Ela deleita o sol nesse olhar de querer transbordar

Luz onipresente- a droga mais potente!

As repetições são artifícios tolos, os simulacros não tatuam um corpo,

Sem imagens você é ainda melhor, para o melhor tempo- o intempestivo!

Estilhaçando as meias verdades pálidas e nuas, ancorando benfazejo sentir

Nessa praia em noite de fúria, não desejo calar pretensa loucura,

Cala você as tormentas d´alma escura.

Lorca, o vento nas vidraças o amor estilhaça,

O bem de tanto não querer saber, os astros lá fora vão buscar,

Para a luz penetrar e margear as arestas,

E como tal, multiplicar as linhas; desorientar, e,

Se deveras a madrugada vêm, a luz desperta aquém do desejo de pertencer a alguém,

Mas pertencer não é deter, é ruminar pretenso olhar, instante límpido,

Das horas cruas, da espera, da agonia, das orações e cânticos

Da fruição que mata a dor no fim das contas, a única cura!


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