domingo, 22 de abril de 2007

O cinturão de Hipólita


O cinturão de Hipólita

Como eu também desejo vida, mas de um modo estranho não a encontro

Ou não nos encontramos no mesmo percalço da vontade de viver.

É um desejo de vida que se vive em separado,

É um distanciar-se junto ao outro em que se vive,

É esse entrelaçado distante e ocioso na proeminência de circunstâncias vagas.

Você partiu as pérolas e entregou a Zeus e nem me disse adeus,

Suas poesias a min nada disseram, apenas a teu ego confuso sobreviveu,

E nada mais do que isto se fez nesta curta jornada de situações.

Sobre as cinzas do teu passado as ilusões se desdobram,

Uma coroa de flores para as tuas glórias que não são muitas e nem astutas,

O teu consolo é a sua arte não muita justa, que não julga nem escuta,

Apenas se define como pura, almeja grandezas, mas se parte em amarguras,

Só te resta o esqueleto podre de tua nobreza e secura.

De uma Hipólita cansada e vencida se partem os louros da guerra vencida,

Por um cinturão e um tostão de vida valeu à pena a ferida,

De ser sua passageira da agonia,

Nesses encontros e desencontros de uma história perdida.

W.O.

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