terça-feira, 20 de março de 2007

A Mundanidade (IV)


Sob a fraqueza da adversidade

Porque você me odeia tanto, se tampouco vim a me perceber,

Neste universo infinito de desconsolo?

Que papel me coloca a representar neste cenário de dementes,

Se nem mesmo me considero atriz?

Sobre que insígnia bradastes meu nome,

Se nunca quis ser marionete?

A partir de que lembrança destruístes meu ódio,

Para enfim deixar pairar apenas essa agonia infinita?

Do sopro de um Deus enfurecido enraizastes a minha despretensa melancolia,

Vagando no firmamento de guerreiros esquecidos a minguar,

Nestes dias em que oceanos sobre tempestades se movem,

No estado ardente da consternação.

Porque preciso eu da consideração monumental do passado,

Se vago sem determinação no presente das circunstâncias?

Sobre que estatutos, construíram os fatos heróicos,

Se tudo que remete ao caos trás o símbolo da transformação?

Da prosternação da musa aos símbolos fálicos, em queda fui ungida,

Resvalou-se a memória ardente de uma lady Godiva.

Da desconsideração de pseudos anatomistas às travessuras sabaticas,

Sob a fraqueza da adversidade, resoluta e mantida,

Faz-se uma lilith arguta, assumida.

W.O.

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