sábado, 8 de janeiro de 2011

Erva selvagem


Estranha bondade ronda a erva selvagem,

Seu espírito é sombrio, é pura filosofia

Sua grandeza ominosa, sensual, instinto feminino...

Anjo, eu respiro, mesmo no esquecimento, no profundo do sono.

Como capturar um ladrão? Se aproxime da janela, sinta a sombra,

Leve uma vida de crimes, esgote seus escrúpulos, demonize seus instintos;

Filosofia da manhã mais clara, veneno agonizante, erva selvagem...

Anjo, mentiras e álibis não correspondem à filosofia molhada,

É filosofia que lava a alma, chuva torrencial.

Estranho efeito açoita a erva selvagem,

Semeando raízes profundas, rizomáticas,

Árvore como Sylvia, frutos como Anaïs,

Anjo há beleza na distância- deuses e mortais, céu e terra; a quaternidade.

Na busca pelo jardim celestial- um reino suspenso entre terra e céu,

Lugar de paragem, passagem, meu, seu, nosso, em trânsito.

Na fusão das matilhas o descontrole,

Na distância infinda da crueldade, as partículas do desejo,

Esquizo, solitário; círculo vicioso.

Bocejando um lobo, alimentando um tigre,

Orando para enfrentar a droga mais potente,

Ansiosamente... Assim,

Cinicamente desconcerte o prazer, circule o poder,

Dentro, as instâncias perpassam, despersonalizam,

Cria um corpo, asfixia a dor, estado de graça, meu paroxismo,

E a erva cresce selvagem, desordenada,

Luz impiedosa da alvorada.

Anne.

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